A Casa Branca anunciou a revogação de uma lei que autorizava a permanência de cubanos nos Estados Unidos sem visto. A lei permitiu que milhares de cubanos que chegaram aos Estados Unidos nos últimos anos fossem tratados como fugitivos do governo cubano e não fossem deportados como cidadãos de outros países que tentam entrar no país ilegalmente (sem visto de entrada). A decisão foi oficializada nessa quinta-feira, 12, pelo presidente Barack Obama, a uma semana de sua saída do cargo.
A partir de agora, os cubanos imigrantes sem permissão de entrada poderão ser deportados como imigrantes de outras nacionalidades. “Os cubanos que tentarem ingressar ilegalmente no país e que não se qualificarem para alívio humanitário [asilo político] estarão sujeitos à remoção, mediante as leis dos Estados Unidos”, diz o texto do comunicado divulgado pela Casa Branca.
O presidente norte-americano ressaltou que a revogação da lei era um o esperado, já que os dois países tiveram as relações diplomáticas retomadas. “Os migrantes cubanos serão tratados da mesma maneira que os de outros países”, disse.
Agências internacionais repercutiram nessa sexta-feira, 13, a decisão ouvindo cubanos que estavam se preparando para viajar aos Estados Unidos utilizando a fronteira terrestre, via México. Eles expressaram tristeza e disseram que esperavam conseguir migrar para o país.
“PÉS SECOS, PÉS MOLHADOS”
Nos últimos anos, milhares de cubanos que vivem nos Estados Unidos foram beneficiados pela legislação chamada de “Pés Secos, Pés Molhados”. A lei estava em vigor desde 1995 e vinha de outra lei adotada em 1966.
Com a legislação revogada, os cubanos que tentavam imigrar só eram devolvidos a Cuba caso fossem encontrados no mar. Se eles conseguissem chegar pela via terrestre – por isso a expressão “pés secos” – tinham permissão para entrar no país e ganhavam tratamento diferenciado para processos de imigração (obtenção do visto de residente permanente, o famoso Green Card).
Quando foi criada, a lei considerava os imigrantes cubanos como fugitivos da política de Fidel Castro. Mais de três milhões de cubanos vivem nos Estados Unidos, a maioria deles na Flórida.
Fonte: Agência Brasil